Recuerdos


Há momentos que ficam na nossa memória para sempre, como o dia de ir para o trabalho dos pais que era quase tão bom como fazer anos, não tinha a parte das prendas mas o mimo generalizado das pessoas e a quebra da rotina da casa da avó fazia daqueles dias, dias de festa! Ainda me lembro de um Sr, o Pires que trabalhava no laboratório com a minha mãe e pelo qual, não faço ideia porquê mas tinha uma adoração. No emprego do meu pai, a festa principal era quando íam os míudos da Céu.
Mas, no leque da minha "caderneta de cromos", havia uma vez por ano um dia ultra especial que era o dia de ir à baixa lisboeta com a minha mãe. A sensação era tão forte como fosse eu uma rapariguinha de Bragança que viesse pela primeira vez à capital, era uma verdadeira excitação! Era o andar de barco, a ida à Polux, a ida ao Brás e Brás e no final, tal como cereja no topo do bolo (como dizia o Pinipom), a passagem pelo café dos croissants que, não sei se ainda existe, mas ficava na rua dos fanqueiros (acho) e tinha a particularidade de mal a minha mãe estava com a ponta do sapato a roçar no primeiro degrau da loja já eles estavam a perguntar o que íamos comer e assim, em segundos, tinhamos à nossa frente dois croissants au chocolat quentinhos, um café e um compal de pêra. Para mim, aquele era o grande momento do dia e o croissant o melhor do mundo! Não sei, provavelmente é psicológico, mas nunca mais me soube tão bem comer um croissant de chocolate!

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